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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

SILÊNCIOS E PALAVRAS...

Na palavra, a comunicação se realiza. No silêncio, ela se completa. Pois a compreensão se concretiza a partir do silêncio. Há poder em ambos e a sabedoria é usar bem esses dois tempos da comunicação. 
Dentro de uma composição as pausas são tão importantes quanto os sons. Uma boa orquestra é aquela que executa bem as dinâmicas das pausas e das continuidades. Mesmo no silêncio da pausa a canção continua. 

Não diga as coisas com pressa. Mais vale um silêncio certo, que uma palavra errada. O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade recomendava aos poetas: 

"Convive com os teus poemas antes de escrevê-los.
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam. 
Espera que cada um se realize e consuma 
com seu poder de palavra e seu poder de silêncio." 

A recomendação do poeta é sábia e pertinente. Um poema só é bem, só é bom, se maturado na sementeira do silêncio. Antes de se tornar palavra, a poesia é experiência de vida silenciosa. Os artistas sabem disso, e nós precisamos aprender. 

Demora naquilo que você precisa dizer. Livre-se da pressa de querer dar ordens ao mundo. É mais fácil a gente se arrepender de uma palavra dita, do que de um silêncio. Palavra errada na hora errada pode se transformar em ferida naquele que ouviu, também naquele que disse. 

Há muitos momentos da vida em que o silêncio é a resposta mais sábia que nós podemos dar a alguém. Na pressa de falar, corremos o risco de dizer o que não queremos, e diante de tudo que foi dito, nem sempre temos a possibilidade de consertar o erro. 

Palavras erradas costumam machucar para resto da vida, já o silêncio certo, esses possuem o dom de consertar. Por isso, prepara bem a palavra que será dita. Palavras apressadas não combinam com sabedoria. Os sábios sempre preferem o silêncio. E nos seus poucos dizeres está condensada uma fonte inesgotável de sabedoria. 

Não caia na tentação do discurso banal, da explicação simplória. Queira a profundidade da fala que nos pede calma. Calma para dizer. Calma para ouvir. 

Uma regra interessante para que tenhamos uma boa compreensão de um texto, é justamente a calma. Só assim podemos adentrar nos significados que o autor quis sugerir e consequentemente mergulhar no mistério do seu texto. Leituras apressadas podem fomentar equívocos, e equívoco é uma espécie de desentendimento entre o que escreve e aquele que lê. É uma forma de obstáculo para a compreensão da linguagem. 

Na comunicação verbal cotidiana, isso sempre acontece. Dizemos, e não somos compreendidos. Diante do impasse duas realidades são possíveis: ou alguém disse com pressa, ou alguém escutou sem atenção. Dizer e ouvir requerem silêncio. 
Só diz bem, aquele que pensou antes no que iria dizer, e ouve melhor aquele que se calou para escutar. A regra é simples, mas exigente. 

Por isso hoje, nesse tempo de palavras muitas, queiramos a beleza dos silêncios poucos.


Padre Fábio de Melo

O INFERNO SÃO OS OUTROS…

O título deste texto trata-se de uma famosa frase escrita pelo filósofo francês Jean Paul Sartre na peça Entre Quatro Paredes, onde os personagens têm de conviver com as diferenças uns dos outros. Uma frase que nos traz uma profunda reflexão sobre a natureza humana e a forma de nos relacionarmos.
As diferenças assustam e incomodam, mas por vezes, é impossível não conviver com elas.
No ambiente de trabalho por vezes o mais difícil não é o trabalho em si, mas sim, o ter que conviver com certos colegas de profissão. Colegas estes que se não fosse o ambiente de trabalho, de certo não teríamos nenhum interesse de contato na vida. No ambiente acadêmico é a mesma coisa, quando alunos são obrigados a formar os “famigerados grupos de trabalho” e por vezes, na falta de opção, se reúnem pessoas que não tem nada em comum.
Em família idem, muitos parentes se assim não fossem, não seriam interessantes nem como vizinhos.
No entanto, é necessário conviver e mais do que isto, importante perceber que na verdade é o olhar do outro que nos constitui como humanos.
No entanto, realmente existem as diferenças que incomodam e nesta hora, devemos mais uma vez aguçar nossa percepção e perceber que por vezes, o que nos incomoda no outro na verdade é algo que existe em nós e nós tentamos evitar. Importante isto.
O que mais nos chama atenção no outro, de alguma forma é algo que rejeitamos em nós.
A parte, questões de mau caráter que na verdade nos atinge por conta de mexer com valores nos quais acreditamos e devem ser respeitados em nome da ética humana, existem outras questões que nos incomodam pelo simples fato de que existe um algo desta natureza em nós também e que incomoda a nós e não ao outro.
Reflita sobre isto. Você descobrirá importantes facetas suas. Isto faz parte do necessário autoconhecimento.
Fecha o pano.

Fernando Martins
https://osegredo.com.br/2016/12/o-inferno-sao-os-outros/

JC Debate | Reforma da Previdência | 14/12/2016

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Ao desalojar as ilusões que nos aprisionam, ao abrir mão das expectativas infundadas, passamos a enxergar o que de fato pode nos pertencer.
A insistência em perseguir o que não temos priva-nos de perceber o que já nos foi dado. Desistir também pode ser exercício de amor-próprio.
Movidos pelas paixões ficamos impossibilitados de tocar a verdade do outro. Ninguém é obrigado a corresponder ao que dele imaginamos.
Um dos aspectos que mais evidencia a evolução de um ser humano, é a perda da necessidade de se mostrar melhor que os outros.
O amor só se confirma depois da decepção. Antes disso pode ser mera projeção, postura infantil de querer no outro o que deveria ter em si.


Padre Fábio de Melo

O Demônio da Perversidade | PEDRO CALABREZ | NeuroVox 011

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Você sabia que o comprimento dos dedos de suas mãos podem revelar coisas sobre sua personalidade?
Nesta foto três tipos de comprimento dos dedos: A, B e C.


















Confira os dedos e descubra o significado:
A) Diz-se que as pessoas em que o dedo anelar é mais longo do que o dedo indicador são muitas vezes bonitos e atraentes.
Irradiam charme e são irresistíveis. Eles são mais agressivos e decisivos e não têm nenhum problema em correr riscos. Os cientistas descobriram que as pessoas com dedos anelares mais longos ganham mais do que aqueles com dedos anelares mais curtos.

B) As pessoas com dedos anelares mais curtos do que os dedos indicadores têm grande confiança em si mesmos, podem até tornarem-se arrogantes.
Desfrutam da solidão e não gostam de ser perturbados nos seus tempos livres. Eles não são o tipo de pessoa de dar o primeiro passo quando se trata de relacionamentos, mas de aceitar e apreciar o cuidado que recebem.
C) Aqueles que o comprimento do dedo anelar e o dedo indicador são iguais, são amantes da paz, e sentem-se desconfortáveis quando estão em conflito.
Eles são pessoas organizadas e tentam se dar bem com todos, são pessoas que tendem a ser fieis num relacionamento cheio de ternura e carinho para com os seus parceiros.

Publicado Originalmente por: Luis Filipe Rodrigues
A MANEIRA COMO VOCÊ FECHA A SUA MÃO DIZ MUITO SOBRE A SUA PERSONALIDADE!

Provavelmente você nunca parou pra pensar e nem sequer reparou na maneira como você cerra os punhos quando está nervoso, estressado ou até mesmo frustrado com algo.
Você sabia que o seu jeito de fechar a mão tem tudo a ver com a pessoa que você é?
Faça o teste, feche a sua mão agora mesmo, compare com as imagens abaixo e descubra mais da sua personalidade:
Como os outros o vêem:
Essas pessoas têm um forte lado criativo, de raciocínio rápido e expressivo, embora muitas vezes sejam pessoas emocionais e reajam por reflexo. As pessoas com esta personalidade tem uma disposição pragmática e um talento especial para a arte. Elas podem ser muito cautelosas e, devido à sua natureza sensível, tendem a se preocupar muito. Eles são inteligentes, representam harmonia e justiça, mas também são boas em manipular as pessoas.
Como você é:
Na maioria das vezes você prefere manter a calma. Isto é devido à sua natureza amável, porque você prefere se segurar do que machucar alguém. Como regra geral, você é muito sociável. Tudo que você precisa é de um pouco de liberdade e espaço para viver seus sonhos.Você só quer alguns amigos muito próximos.
Apaixonado:
Você não é um fã de ter cenas dramáticas em sua vida. Portanto, você prefere um ambiente descontraído e confortável – e isso vale para seus relacionamentos também. Sua maior fraqueza é que você é tão compassivo. Mesmo que tenha sido profundamente magoado, você está sempre pronto a perdoar e esquecer
Como os outros o vêem:
As pessoas com este punho são criativas e talentosas. Com o seu encanto especial, rapidamente fazem amigos. Eles são generosos, inteligente e sua auto-confiança chama a atenção. O poder é muito importante para eles e eles estão dispostos a trabalhar duro para isso. Ao mesmo tempo, elas são consideradas pessoas muito flexíveis e atenciosas.
Como você é:
Você tem um coração sensível. Você gostaria de mergulhar em muitas coisas, mas estão sempre com medo de ser ferido. Isso é porque você tem expectativas muito altas e, ao mesmo tempo, um medo de perder. Você precisa de encorajamento. Não é preciso muito para fazê-lo feliz: você só precisa de pessoas à sua volta que te entendam e te amem como você é.
Apaixonado:
Você tende a adivinhar tudo e pensar muito. Isto significa que às vezes você se perde em memórias dolorosas que você simplesmente não pode deixar de ir. Principalmente você continuam hesitante, você quer alguém ao seu lado, mas você tem medo de realmente deixar alguém se aproximar. Porque você sente tanto amor, você tem medo de ser despejado. É por isso que você não quer aparecer como se estivesse implorando e agir muito mais frio do que você realmente é.
Como os outros o vêem:
Essas pessoas são sensíveis, têm uma enorme imaginação e muita intuição. São pessoas que gostam de ajudar e são muito generosas, têm sempre uma sensação de insegurança também. Elas são entusiasmadas, mas apenas sobre as coisas que se interessam. Por isso, elas também podem se tornar rapidamente impacientes porque colocam toda a sua energia em seus próprios interesses. Elas são naturalmente curiosas, aventureiras, e tem um bom senso de humor, onde muitas vezes podem rir de si também.
Como você é:
Você tem uma grande necessidade de segurança e sempre quer ser tratado com honestidade. Você gosta quando você é visto como uma pessoa real e gosta de se sentir aceito. Às vezes, você é muito gentil com seus pares e corre o risco de ser explorado. A coisa mais importante para você é que as pessoas sejam sinceras a você. E você percebe muito rapidamente se eles estão sendo ou não sinceras. Você sabe muito bem quem ou o quê é bom e ruim para você.
Apaixonado:
Você não é muito bom em expressar seus sentimentos verdadeiros. Você fala por meias palavras ou deixa assim subentendido. Isso não quer dizer que você não é honesto, mas sim que você não fala muito sobre seus sentimentos e tende a suprimi-los. Também não é verdade que você nunca está zangado, mas muitas vezes você coloca suas próprias necessidades em segundo plano. Você sempre trata os seus colegas bem, a palavra egoísta é desconhecida para você.
Publicado Originalmente em: Catraca Livre



AMAR NÃO É ACEITAR TUDO...

Uma das coisas que mais fiz como educador de meus filhos foi tirar o encanto da droga ilegal, para impedir ou dificultar que tivessem acesso a esse tipo de prazer – porque é óbvio que é prazeroso, senão ninguém iria atrás dele. Não é bom fazer uso dessas substâncias, não é encantador. Uma pessoa que usa droga é fraca, pois não detém força suficiente para se defender daquilo. Eu não sou forte quando me comporto como a manada.
Sou forte quando consigo ter uma conduta consciente, em que faço o que faço porque decido o que fazer. Não porque as outras pessoas também o estão fazendo. Esse comportamento mimético(que imita), simiesco(parecido com macacos), em relação a algumas práticas é sinal de fraqueza e de pusilanimidade (fraqueza de ânimo).
Aceita-se hoje, com a maior facilidade, o que chamo de ética da conveniência. “Bom é tudo aquilo que me favorece. O que não me favorece considero ruim”. Em vez de termos valores de conveniência que sejam sólidos, menos superficiais, portanto, menos cínicos, há uma hipocrisia que leva a esquecer que ética não é cosmética. Não é efeito de fachada.
Nessa hora, costumo lembrar um alerta valioso feito pelo Corpo de Bombeiros: nenhum incêndio começa grande, e sim com uma faísca, uma fagulha, um disparo. Isso se aplica ao campo da ética. O apodrecimento dos valores éticos positivos se inicia também com pequenos delitos, infrações, aceitações, conivências.
A expressão ‘o amor aceita tudo’ é absolutamente antiética e antipedagógica. A pessoa que seja capaz de amar é aquela que recusa aquilo que faz mal, por isso um pai e uma mãe não pode jamais dizer ao filho ‘é porque eu te amo, então tudo aceito’. É exatamente o inverso: porque eu te amo é que eu não quero que você use drogas ilegais; é porque eu te amo que eu quero que você seja decente; é porque te amo que eu não quero que você banalize a sua sexualidade livre e bonita; é porque eu te amo que eu quero que você tenha esforço na sua produção e é porque você me ama que eu quero que você, meu filho, minha filha, me adverte, também me apoia, também me corrija naquilo que eu estiver equivocado. Essa relação de cuidado mútuo, só nos faz crescer. Por isso esse exemplo do cotidiano tem que aparecer como sendo a recusa com qualquer situação. A ética do amor não é a ética da conveniência em que as coisas valem a partir de qualquer momento, mas uma ética que é capaz, também de dizer ‘não’ ao que tem que ser recusado.
Texto extraído do livro Educação, convivência e ética: audácia e esperança, Cortez Editora, 2015, páginas 76/77.

Mário Sergio Cortella

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A FOFOCA É A ARMA DOS FRACOS...

O que a obra de Shakespeare tem a ver com o mundo de hoje?
Tudo que ele escreveu é amplo e aberto. Shakespeare não discutiu só o amor em Romeu e Julieta mas também a possibilidade da paixão. O poder e o sentido da existência estão em Hamlet. O papel do dinheiro, em O Mercador de Veneza. A bobeira vaidosa da velhice, em Rei Lear. Tudo é muito contemporâneo. Somos nós que atualizamos Shakespeare. E ele dialoga conosco. Os clássicos funcionam como cidades: algumas, lindas, merecem só uma visita; outras, podemos rever todos os anos e tirar proveito. Shakespeare é uma cidade que precisamos reviver sempre.
Por que é importante aparecer feliz nas redes sociais mesmo sob crise, terrorismo e homofobia?
As coisas, em si, não são provocadoras de infelicidade. Vivemos o chamado mundo líquido, na pós-modernidade, onde perdemos a ideia da dimensão trágica da existência. Ela durou até a geração da minha avó. As fotos eram sérias, sem sorrisos ou explosões. Hoje, para conseguir emprego, ter amigos, estar presente no virtual e no real, você precisa ser otimista, dizer coisas divertidas e mostrar como sua vida é simpática. Quando isso não ocorre, interpretam que não está bem e deve ser medicado. Não que o remédio seja ruim. Mas tratar a tristeza é errado. Ela tem muita importância.
A vida está glamourizada. Mais de 1 milhão de selfies são publicadas todos os dias. Fotografamos tudo. Por quê?
Eu é que tento tornar a vida glamourosa, mas, na verdade, ela está mais cafona e comum do que nunca. É a fraqueza do meu narciso, do meu ego, que me faz exigir dos outros o reconhecimento de que minha vida vale a pena, é legal. A rotina continua sendo feita de relações difíceis, educação de filhos – que às vezes são ingratos –, um Natal bom e outro pavoroso. Tentamos uma narrativa glamourizada. Ela, porém, não supera a angústia, maior hoje que no passado. Vejo fotos de bons restaurantes, viagens maravilhosas, famílias perfeitas e sou obrigado a pensar o óbvio: “Por que eu escolho o prato errado, minha viagem não dá certo e tenho problemas em casa?”. Na verdade, a família de todo mundo é semelhante, mas uso a narrativa do bem para mim e coloco o mal no outro. Para o filósofo Schopenhauer, essa é a forma de eu evitar minha dor.
As pessoas ouvem música, teclam no celular, comem na esteira da academia. Por que tudo ao mesmo tempo?
Perdemos o foco. Há uma diluição em um vaivém sem sentido. O budista considera a distração um dos venenos da alma. Entramos no elevador olhando mensagens, mesmo que levemos uma vida pacata. Parecer ocupado faz com que os outros nos respeitem.

Você diz que a vaidade não é mais um pecado. Ela virou virtude?

Parece-me que os sete pecados capitais foram ressignificados. Assumir-se com defeitos faz parte, hoje, de um discurso distante do desvio de caráter. Só um continua sendo vergonhoso: a inveja – apesar de sermos a civilização da inveja. O invejoso olha demais para as pessoas. Por isso, não se vê. Já a ira é a qualidade dos que têm energia e proatividade. Avareza, do bom investidor, controlador de gastos. Gula representa o que não se dobra aos ditames sociais. Luxúria virou uma boa resolução sexual. Preguiça traz a oportunidade de ócio criativo e relaxamento. O orgulho – ou a vaidade soberba – soa como autoestima. O orgulhoso, no entanto, tem um problema: a incapacidade de se avaliar. Como se considera em altíssima conta, corre o risco de errar mais. E pode ser controlado: basta elogiá-lo para fazer dele o que quiser, embora ele acredite estar no comando.
Qual a diferença entre a inveja e a cobiça? Existe uma inveja boa?
A cobiça é a vontade de ter o que o outro tem e pode ser positiva: para falar inglês perfeitamente, como ele, vou estudar. Já a inveja é a tristeza pela felicidade do outro. É não tolerar a alegria e o prazer de viver que ele demonstra. Não há mais valor na humildade. Aceitamos qualquer elogio. Autoestima é indispensável? Todos dizem que você tem que gostar de si mesmo. Ora, algumas pessoas não são “gostáveis”, não incorporam valores. Se você os tem, não se trata de exaltá-los, e sim de tomar consciência deles. O sucesso está associado à afirmação da vaidade. “Eu posso!” Essa é uma das coisas que critico na teologia do empreendedorismo. Há uma leitura religiosa de que empreender resolve tudo. Ali, os pilares são: “Você pode, consegue, basta querer”. Nem sempre o querer é suficiente. O esforço faz toda a diferença, embora não seja igual nem produza o mesmo resultado para todos. Como toda autoajuda, a valorização da autoestima leva a crer que querer é poder. Isso faria do ser humano um deus. Mas, para o homem, o querer é apenas o início da ação. E pode terminar em nada.
Há, então, uma manipulação dos autores de autoajuda?
A autoajuda é a filosofia possível para certas pessoas. É difícil saber se o “conselho a ti mesmo”, de Sócrates, é muito diferente de um livro desses. Mas a boa filosofia incomoda, não tranquiliza, tira da zona de conforto. Sócrates manda questionar. A autoajuda leva a aceitar. Ela quer agradar ao consumidor, e não à pessoa.
Em Felicidade ou Morte, escrito em parceria com Clóvis de Barros Filho, podemos entender que a felicidade se tornou uma obrigação?
Sim. As pessoas perderam a dimensão da importância da infelicidade como efeito comparativo. Só posso saber se sou feliz com base na comparação. Há um imenso ganho em períodos de solidão. Eles iluminam minha vida porque estabelecem o único lugar que eu sou eu, de fato. Não é que a solidão seja boa em si. Estar acompanhado também nem sempre é bom. Desconfio de quem não consegue ficar só. Gosto de pessoas que transitam entre a ilha social e a da solidão.
Em seu livro A Detração – Breve Ensaio sobre o Maldizer, você afirma que falar mal do outro é universal. Por quê?
Somos inseguros. A primeira coisa para aumentar minha segurança é me juntar a você e achar um inimigo comum. Falamos mal de um terceiro e criamos uma aliança. O inimigo nos une. Se conto algo em segredo, eu me aproximo: estou lhe dando uma revelação e, ao mesmo tempo, criando um foco comum de maledicência. A fofoca é também a arma dos fracos, autodefesa. Uma pessoa bem-sucedida, bonita, rica e feliz – se é que ela existe – certamente não é fofoqueira. A detração é fruto da amargura, da vontade de buscar no outro um defeito: “Fulana é inteligente, mas não é casada”. Ao acusar alguém por um comportamento sexual específico, revelo minha dor, falo de mim, dos meus medos, do que me incomoda e é, enfim, o que desejo.
O homem não sabe como agradar à mulher: se paga a conta, abre a porta… Podemos dizer que está perdido?
Se dou meu casaco à minha companheira no frio, mostro que sou mais forte. Segundo a biologia, as mulheres são mais resistentes às infecções. A gentileza é um bem. Homens e mulheres devem ser gentis. Mas é preciso conhecer a pessoa para não exercer isso com paternalismo. Cavalheirismo não é ruim se a amabilidade é recíproca. Só não deve ser usado para exibir superioridade. A pessoa deve perguntar à outra se abrir a porta lhe agrada. A questão é não pensar na caixinha do gênero: supor que, sendo mulher, ela é frágil.
A mulher, em geral, lida mal com o fracasso de um parceiro. Em tempos de desemprego e perdas, como ela pode ajudá-lo?
É difícil continuar admirando alguém que, além de desempregado, reclama sem parar. Observe: revelamos mais de nós sob o fracasso. O sucesso funciona como máscara, faz a pessoa virar outra. Nós, porém, preferimos nos relacionar com o olho no ibope do outro, no dinheiro, nos bens. Há uma cena linda em O Diabo Veste Prada. A malvada-mor (vivida por Meryl Streep) está desconstruída em um hotel, com a maquiagem borrada, usando um roupão. Sua assistente entra e, finalmente, vê uma mulher à beira do divórcio e quase perdendo o emprego. Só aí a malvada foi ela mesma.
Leandro Karnal
http://claudia.abril.com.br/sua-vida/a-fofoca-e-a-arma-dos-fracos-diz-o-escritor-leandro-karnal/

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Tortinha de Bacon e Milho



Ingredientes da Massa:
2 ovos
1/3 xícara (chá) de azeite
200ml de leite 
1 xícara (chá) de farinha com fermento
1 colher (chá) de sal
2 colheres (sopa) parmesão

Ingredientes da Cobertura:
150g de bacon
½ cebola
3 colheres (sopa) de milho cozido
2 colheres (sopa) cheiro verde.
1/3 xícara (chá) de parmesão ralado

Modo de fazer no vídeo. :)

Como fazer molduras gastando pouco | DIY

Gratinado de frango e batatas | O Chef e a Chata

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

PRESENTEANDO GREGOS E TROIANOS...

Temo os gregos, mesmo quando dão presentes. A advertência foi feita por um ilustre troiano ao final da guerra. Ele suspeitava que o estranho cavalo diante das muralhas da cidade poderia ser uma armadilha. Não foi ouvido. Troia caiu. A desconfiança originou a expressão “presente de grego”.

Presentes são altamente simbólicos. Quem me oferece algo diz muito sobre nossa relação. Um presente ruim é recebido com estranheza dupla. Primeiro, não gosto do que recebo. Segundo, desconfio que traduza um equívoco de compreensão da minha pessoa. Uma oferta é uma radiografia das almas.
O campo é vasto. Um presente pode ser uma forma de controle. Dar algo que alguém não possa retribuir é uma forma de afirmar meu poder. Parte da questão foi tratada por Marcel Mauss no seu estudo clássico sobre a dádiva. Presentes falam muito além de seu simples pacote.
A boa educação e os sentimentos piedosos ensinam a aceitar qualquer coisa em nome do afeto contido no gesto. É um conselho sábio. Quem me presenteou, gastou algum tempo e algum dinheiro com isso. Em nome dos bons modos, todo pacote deve ser bem recebido. O presente é secundário, a intenção é central. Também é adequado empanzinar-nos de capim sem sal para que nossa saúde floresça com o viço das ervas ruminadas. Raramente o correto é gostoso. O caminho da virtude, por vezes, contém renúncia abnegada.
Um presente é um gesto de sensibilidade. Implica na abdicação do meu gosto para perceber o alheio. Muita gente dá algo para si, ao invés de dar ao outro. A primeira virtude do bom presenteador é evitar a universalização das afinidades estéticas e conceituais.

Do parágrafo anterior, emerge outro risco. Leandro ama vinho tinto? Que bom, eu estava numa cidade do interior e lá eles fazem um vinho maravilhoso... Trouxe para você! Voltamos ao sentimento piedoso: que bom que você se recordou do meu gosto. E ponto. Decisão silenciosa: a portaria do prédio será presenteada com a garrafa gestada nas vinhas da ira.
Não é uma arte fácil. Leandro gosta de ler? Vou dar um livro! Duas hipóteses: o livro é expressivo e bom e, nesse caso, há uma chance alta de eu possuir a obra. Hipótese alternativa: o livro é um horror, portanto, não o tenho e não desejaria tê-lo. E lá vamos à portaria de novo...
Presentes caros podem ser bem recebidos pelo valor em si ou porque demonstram que sou importante a ponto de a pessoa gastar mais comigo. Precisamos ressaltar: os presentes especiais são os que mostram o cuidado e não o valor.
Vejam um exemplo trivial. Vai presentear vovó? Uma toalha de rosto com o nome dela bordado é simples e barata. Será mais bem recebida do que um vaso com flores comprado a caminho da casa dela. O primeiro presente demandou certa antecedência e possui o toque especial do nome. O segundo sinaliza: tenho de levar algo, compro no caminho. Importante: nem toda pessoa mais velha gosta de receber sabonetes em todas as datas.
Faltou dinheiro? Conheci uma senhora que recortava gravuras bonitas de revistas, criando um cartão original. De novo: o cuidado torna o presente significativo. Meu tempo é, sempre, a entrega maior.
A boa oferta é definida no evangelho como o óbolo da viúva. Ao depositar as minúsculas moedas que lhe fariam falta, ela deu mais do que os ricos, que lançavam o que sobrava.
No filme A Pele do Desejo (Salt on Our Skin, 1992), a protagonista, sofisticada, ganha vários presentes ruins do namorado pescador. No final, ele acerta: uma âncora, pequena e significativa, uma peça-símbolo do que ele fazia e do que eram um para o outro. Ela fica emocionada. Ele aprendera que menos é mais.
Algumas pessoas emitem sinais do que desejam. Outras pedem diretamente. Ao contrário de mim, há quem se deleite com surpresas.
Além da pessoa, existe o momento. Nada de peso deve ser dado a quem vai pegar avião ou está em viagem. Um colega palestrante segredou-me que recebeu, ao final de um trabalho, uma enorme faca de churrasco. O objeto era quase uma espada. Faria soar alarmes até a sede da Otan. Como eu, quase todo viajante profissional não despacha bagagem. Não existe fórmula, mas existe uma sensibilidade a ser desenvolvida.
Por fim, existem pessoas focadas. Sempre lembro de uma tia-avó que, em todos os aniversários, trazia a mesma coisa: uma bola embrulhada. Eu e meus irmãos sabíamos: ano após ano, lá estava ela, constante como o relógio-cuco da nossa casa, segurando a indefectível bola. Diante do pacote esférico, ela perguntava: adivinha o que eu trouxe? Nós fingíamos dúvida e abríamos com falsa avidez. Uma bola! Que bom! Era um ritual simpático da nossa infância.
A Bíblia define que ninguém tem maior amor do que aquele que dá a própria vida pelo outro. O segredo está nessa ideia. O presente deve ter sua vida em diálogo com a vida do outro. Dar-se é uma grande dádiva. O bom presente é uma via dupla e alegra o que oferta e o que recebe. É um gesto de comunhão e de afeto.
Já pensou em dar algo imaterial e precioso como sua atenção total? Ofereça um jantar e não leve seu celular. Siga com genuíno afeto tudo que ela ou ele fala e esteja inteiro na conversa. É um presentão! O resto são pacotes...

Leandro Karnal

http://cultura.estadao.com.br/colunas/leandro-karnal



quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Lasanha fácil de frango


Ingredientes

  • 500 g de sobrecoxas sem osso e sem pele cortadas em cubos pequenos
  • 1 pacote de massa própria para lasanha de forno 
  • 1 colher (sopa) de manteiga
  • 1 colher (sopa) de farinha de trigo 
  • 500 ml de leite 
  • 1 dente de alho picado
  • 1/2 xícara (chá) de ervilhas 
  • 1 colher (chá) de sal 
  • 1/2 colher (chá) de noz-moscada ralada 
  • 1/2 xícara (chá) de queijo parmesão ralado

Modo de Preparo

  1. Prepare o molho. 
  2. Em uma panela, derreta a manteiga. 
  3. Adicione a farinha e deixe por 2 minutos, mexendo sempre, até dourar. Adicione o leite, mexendo bem, e, em seguida, o frango e o alho. 
  4. Cozinhe por cerca de 10 minutos, ou até engrossar. 
  5. Misture o sal e as ervilhas no final. 
  6. Em um refratário, coloque uma camada de molho, outra de massa de lasanha e intercale as duas até o final. 
  7. Cubra com o queijo ralado e leve ao forno, em fogo alto, por 15 a 20 minutos, ou até o queijo dourar.

Fricassê fácil sem fogão | Cozinha para 2



Ingredientes

  • 2 peitos de frango Seara
  • 1 xícara de creme de leite
  • 2 colheres de sopa de requeijão
  • 2 colheres de sopa de molho de tomate
  • 1 xícara de ervilha e milho
  • 1/2 xícara de azeitona fatiada
  • Muçarela ralada
  • Batata palha
  • Sal, alho e azeite

Modo de Preparo

  1. Tempere o frango com sal, alho e azeite. Leve ao forno por 30 minutos a 180 °C. Quando estiver pronto, desfie.
  2. Em uma tigela, misture o creme de leite, o requeijão, o molho de tomate, a ervilha com milho e as azeitonas.
  3. Em uma assadeira, coloque o frango desfiado, o creme, a muçarela ralada e a batata palha a gosto. Leve ao forno por 15 minutos a 180 °C.

Bolo Melancia - Receita Bake Off

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Os segredos de Saint-Germain em PARIS

As ilhas de Paris: principais atrações

Os Jardins de Versailles - PARIS

O Jardim de Tuileries - PARIS

Jardim de Luxembourg - PARIS

Museu Rodin

Jardim do Museu Rodin

quinta-feira, 4 de agosto de 2016


DIY :: CENTRO DE MESA GIRATÓRIO

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