Você
tampa a panela, dobra o avental, deixa a lágrima secar no arame do varal.
Fecha
a agenda, adia o problema, atrasa a encomenda, guarda insucessos no fundo da
gaveta.
A
ideia é tirar a tarja preta e pôr o dedo onde se tem medo. Você vai perceber
que a gente é que faz o monstro crescer.
Em
seguida superar o obstáculo, pois pode-se estar perdendo um espetáculo acontecendo do outro lado. Atravessar o escuro até
conseguir tatear o muro, que é o limite da claridade. Se tiver capacidade para
conquistá-la, tente retê-la o mais que puder. Há que ter habilidade, sem
esquecer que a luz é mulher.
Do inferno assim desmascarado, é hora de
voltar. Não importa se é caminho complicado, se a curva é reta, ou se a reta
entorta.
Você buscou seu brilho, voltou completa;
jogou a tranca fora, abriu a porta.'
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