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domingo, 28 de dezembro de 2008

ESPERANÇA...


Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano vive uma louca chamada Esperança e ela pensa que quando todas as sirenas, todas as buzinas, todos os reco-recos tocarem atira-se e — ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada, outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá (É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Mário Quintana
Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.

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